VÍRUS HTLV... é o nosso assunto da semana
O nosso tema desta semana é HTLV... E aí você conhece ou já ouviu falar? Então vamos conhecer um pouquinho deste vírus silencioso?
A HTLV é um retrovírus da mesma família do HIV, que atingem a célula T, destruindo-as. Mas, vale lembra que HTLV e HIV não são a mesma coisa...
O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado, no ano de 1980, em um portador de leucemia. No Brasil é considerado um problema de saúde pública, porém não compulsório e um pouco negligenciado.
Existem dos tipos, o HTLV-1 e o HTLV-2. O primeiro associado a doenças graves neurológicas degenerativas e hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T humana do adulto (ATL) e o HTLV -2 é pouco evidenciado como causa de doenças.
Suas formas de transmissão se dão por relações sexuais desprotegidas, uso compartilhado de seringas e agulhas durante o uso de drogas injetáveis, transmissão vertical e pelo aleitamento materno.
Vale ressaltar que à HTLV é uma doença silenciosa e que poucas vezes se manifesta em algumas das doenças citadas acima, por esse motivo a sua descoberta geralmente é durante a realização de exames em hemocentros, para prováveis doadores de sangue.
A transmissão através da transfusão sanguínea no Brasil não ocorre há 7 anos, devido a inclusão de testes para sorologia de HTLV nos hemocentros no ano de 1993.
As chances de transmissão vertical, também são considerados baixa em torno de 10%, porém não é recomendado a amamentação, pois os riscos de transmissão pelo leite materno são razoáveis. Os grupos de risco para HTLV são usuários de drogas endovenosas, onde compartilham agulhas, portadores de HIV e quem recebeu transfusão sanguínea antes de 1993.
Para pacientes assintomáticos não existe indicação de tratamentos, pacientes com carga viral elevada há indícios para desenvolvimento de alguma patologia correlacionada.
O tratamento é feito de acordo com a avaliação neurológica, que indique o grau de comprometimento, a evolução, infecções virais etc. Especificamente para o HTLV não há um tratamento. No mundo estima-se um número aproximado entre 15 e 20 milhões de pessoas portadoras, já no Brasil estima-se em torno de 3 milhões. Estudos mostram que o Brasil pode ter um dos maiores em números de infectados, ficando atrás apenas do Japão que concentra um número elevado de infectados.
Esclarecendo que o HTLV não tem cura, mas todas as doenças correlacionadas com o retrovírus têm tratamento. De todas as doenças neurológicas ocasionadas pelo vírus, a mielopatia é a manifestação mais comum, acometendo mais os membros inferiores.
Em 4% dos portadores pode ocorrer a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATL). A latência da infecção ao surgimento da ATL é longa podendo chegar a 60 anos.
Surpreendentemente ao longo da pesquisa para essa publicação evidencie, que mesmo o HTL sendo uma doença sexualmente transmissível, de transmissão vertical e através do aleitamento materno não existe um estudo voltado para as gestantes e nem mesmo um protocolo de manejo específico para prevenção do HTLV durante a gravidez, ou seja, as gestantes acabam sendo excluídas do grupo de risco para sorologia de HTLV, o que é um grande atraso na prevenção da mesma. Em algumas cidades, já se testa a sorologia nos exames de pré-natal.
Devido a essa falha na introdução do HTLV, nos cuidados pré-natal, seria importante que os profissionais de saúde tivessem mais conhecimentos a cerca desta patologia, para que tivessem um melhor preparo no manejo das pacientes portadoras. Será através dos nossos conhecimentos que seremos capazes de proporcionar um melhor cuidado a essas pacientes é assim diminuir o número de portadores, acredito ser de suma importância um aprofundamento mais especifico na HTLV para dizimar sua contaminação entre a população ou ao menos a transmissão vertical ou através da amamentação.
Referências:
- www.htlv.com.br
- O vírus linfotrópico de células T humana tipo 1 (htlv 1): quando suspeitar da infecção. Luiz Claudio Ferreira, et al.2010
- Epidemiologia e fatores de risco da infecção do vírus htlv em gestantes. Adriella Silva Oliveira, et al. 2014
- Imagens retidas do Google