top of page

DHEG – Doença Hipertensiva Específica da gravidez


Hoje falaremos um pouco sobre a DHEG, assunto bastante cobrado nas provas de concursos e residências.

Começamos então com a definição: A DHEG – Doença Hipertensiva Específica da Gravidez é uma patologia que acomete as gestantes de forma geral, na segunda metade da gestação, sendo mais frequente no inicio do terceiro trimestre.

No grupo das doenças hipertensivas gestacionais temos a pré-eclâmpsia, que é uma doença exclusiva da gravidez, caracterizada pelo aumento da pressão arterial e proteinúria, após a 20ª semana da gestação e a eclâmpsia que é caracterizada pelo quadro de convulsão.

A hipertensão gestacional é considerada pelo aumento da PA após a 20ª semana gestacional, sendo considerada um valor igual ou maior que 140x90mmHg, após duas aferições ou o aumento de 30mmHg na pressão sistólica e 15mmHg na diastólica quando o valor absoluto for menor que 140x90. Por exemplo, se uma gestante que sempre teve a PA 100x60mmHg, após a 20ª semana começar a apresentar PA 130x80mmmHg, após duas aferições ela é considerada hipertensão. Porém vale ressaltar que esse quadro deve permanecer apenas até a 12ª semana após o parto, passando desse período consideramos paciente hipertensiva crônica.

A hipertensão gestacional ocorre em aproximadamente 7% das gestações, sendo responsável por aproximadamente 20% das mortes maternas e nascimento pré-maturo antes da 37ª semana ou óbito fetal.

Classificamos a hipertensão gestacional da seguinte maneira:

> Hipertensão da gravidez – sem proteinúria;

> Pré-eclâmpsia – hipertensão com proteinúria e

> Eclâmpsia – pré-eclâmpsia com convulsão.

A pré-eclâmpsia pode ser considerada como leve ou grave, indo de acordo com o grau de comprometimento.

A pré-eclâmpsia grave apresenta os seguintes sintomas: aumento da PA, proteinúria, oligúria, aumento da creatinina, dor epigástrica ou no hipocôndrio direito, coagulopatia, aumento das enzimas hepáticas.

> Primeiramente temos que estar sempre atento, se na primeira consulta de pré-natal a gestante encontra-se com a pressão arterial normal, temos que saber se nas gestações anteriores a mesma apresentou quadro de aumento de PA; Se teve diabetes Gestacional; quanta gestação já teve; se houve abortamento, morte fetal, morte de neonato, etc. Essas informações servirão de alerta para o risco da HG.

> As pacientes que apresentam hipertensão antes da 20ª semana devem ser consideradas hipertensas crônicas, com risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia, podendo evoluir ou não para eclampsia.

Alguns cuidados importantes que devemos ter com a gestante para um diagnóstico eficaz do quadro de HG:

> Pré-eclâmpsia grave – a gestante deve ser hospitalizada para controle e avaliação rigorosa para risco de eclâmpsia, se maior ou igual a 34ª semanas, avalia-se para interrupção da gestação. Nesses casos mantém-se monitoramento rigoroso materno e fetal, uso de sulfato de magnésio e anti-hipertensivos. Tratamento farmacológico é indicado. A observação deve ser de 24h.

> Quando ocorre a eclâmpsia devemos manter paciente em ambiente tranquilo e silencioso, em decúbito lateral esquerdo e com cabeceira elevado a 30º, cateter nasal com oxigênio (5L/min), punção de veia central ou periférica calibrosa, cateter vesical contínuo. Deve-se estabilizar o quadro antes da antecipação do parto e monitorização fetal contínua. É indicada terapia com anticonvulsivantes para previr novas convulsões e manter o sulfato de magnésio na dose indicada.

Além de todos os cuidados, temos que nos atentar que grande parte das gestantes com quadro de pré-eclâmpsia, tem grandes chances de desenvolver a síndrome de Hellp, síndrome está caracterizada por hemólise. Síndrome de Hellp significa o aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia. Em obstetrícia é considerada como agravamento do quadro de pré-eclâmpsia. Devem-se avaliar as condições fetais antes de decidir pela antecipação do parto. O diagnóstico precoce e a identificação dos fatores de risco ajuda na prevenção de piores complicações no pré-parto, parto e pós-parto e isso ocorre se houver um pré-natal de qualidade. Devido à gravidade correlacionada com as síndromes hipertensivas há muitas políticas públicas voltadas para prevenir e atender a mulher de forma eficaz, reduzindo assim os quadros hipertensivos e a morte materna, fetal e neonato. O enfermeiro terá papel ativo no cuidado dessas gestantes durante o pré-natal e pós-parto. Cabe ao enfermeiro incentivar a mulher a melhorar a alimentação, fazer uso dos polivitamínicos indicados e distribuídos de forma gratuita nas unidades básicas, incentivar na realização dos exames solicitados, oferecer apoio emocional, tirar dúvidas e sanar medos relacionados ao parto e maternidade, aferir a PA em cada consulta de pré-natal e está sempre atento a oscilações nos padrões, avaliar sinais e sintomas como: edema, oligúria, distúrbios vesicais, está atento aos resultados de exames como proteínúria (no exame de urina de 24h), trombocitopenia <100.000/mm3 e enzimas hepáticas. Porém quanto ao histórico da própria paciente, não temos muito que fazer a não ser tentar estabilizar o quadro o tempo que for possível. Lembrando que a idade, histórico familiar de hipertensão, é fator de risco para o desenvolvimento da HG, além de obesidade, diabetes, hábitos alimentares inadequados, tabagismo e etc. Algumas intervenções de enfermagem: > Explicar à paciente e seu acompanhante o processo patológico e a necessidade de repouso dando preferência ao decúbito lateral esquerdo;

> Responder aos questionamentos que surgirem;

> Manter o ambiente o mais tranquilo possível;

> Monitorizar os sinais vitais de acordo com a prescrição médica;

> Fazer a coleta sanguínea quando solicitado pela equipe médica;

> Atentar para a medicação prescrita, seguindo dose e horários prescritos pelo médico;

> Manter oxigenoterapia.

O olhar atento do enfermeiro é fundamental para o acompanhamento das pacientes com HG e fará a diferença no atendimento. Até a próxima postagem!!

Referências utilizadas:

> Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) - Proficiência - Conselho Federal de Enfermagem - cofen.

> Ambrosio. v.o, et al. Revista augustus-RJ. V8.N36 P77-89. Hipertensão gestacional e a sindrome de Hellp: enfâse nos cuidados de enfermagem.

> Gestação de alto risco - Manual técnico - seria A. Normas e manuais técnicos. Brasilia - DF 2012.

> Atenção ao parto de baixo risco. caderno nº 32. brasil. 2012


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square

© 2017 Blog Espaço Enfermagem e Saúde

  • Facebook Social Icon
  • Instagram Social Icon
bottom of page