O que você sabe sobre sepse?
A septicemia/ infecção generalizada, ou atualmente sepse, é uma disfunção orgânica que ameaça a vida, sendo causada pela resposta inflamatória exacerbada e desregulada do organismo à uma infecção bacteriana, fúngica ou viral localizada em qualquer parte do corpo.
Segundo o livro Condutas no Paciente grave, de Elias Knobel “A interação entre os microrganismos e o hospedeiro para desenvolver a sepse é complexa; nos órgãos e tecidos ela resulta da excessiva inflamação ou imunossupressão, de alterações na coagulação de disfunções da microcirculação e celular que culminarão na lesão orgânica e, por fim, na morte celular.
Em relação aos patógenos, eles devem ter capacidade de mobilidade, adesão, invasão e replicação no hospedeiro, associados à evasão dos mecanismos de defesa.”
A sepse é a principal síndrome que mais causa mortes nas unidades de terapia intensiva atualmente, ultrapassando o câncer e o infarto agudo do miocárdio. Estima-se que quatrocentos a seiscentos e setenta mil novos casos são diagnosticados e duzentas e quarenta mil pessoas morrem por ano em decorrência dessa síndrome.
Embora qualquer pessoa possa adquirir sepse, existem pessoas com risco maior. São elas:
Crianças prematuras, abaixo de um ano e idosos maiores de sessenta e cinco anos,
Pacientes oncológicos, soropositivos ou em uso de medicamentos que afetem as defesas do organismo,
Pacientes crônicos com insuficiência cardíaca, renal ou diabéticos,
Etilistas ou usuários de drogas
Pacientes hospitalizados em uso de antibióticos, cateteres ou sondas
Ainda segundo o livro, “O diagnóstico da sepse é clinico. A presença de febre ou hipotermia, taquicardia, taquipneia leucocitose ou leucopenia e ainda a presença de células imaturas no sangue, na presença de um foco infeccioso definido ou presumido, são as manifestações de e os sinais da sepse.”
Qualquer infecção seja ela leve ou grave, pode evoluir para sepse, mas as mais comuns são pneumonia, infecções urinarias e intestinais. Seu tratamento não necessita de recursos sofisticados, apenas a administração de antibióticos por via venosa o quanto antes. Também podem ser necessários hidratação venosa, oxigênio, medicamentos vasopressores, bem como diálise e ventilação mecânica, em caso de insuficiência renal e respiratórias graves.
Portanto, quanto mais rápido e eficaz for o combate à infecção, menor o risco de evolução para sepse. Atitudes como respeitar o calendário vacinal, higienizar equipamento profissional e mãos corretamente e evitar automedicação, também ajudam indiretamente a prevenir infecções e consequentemente, prevenir a sepse.
Referências:
ILAS- Instituto Latino Americano da Sepse. Disponível em: www.ilas.org.br
Site Dia Mundial da Sepse: www.diamundialdasepse.com.br
KNOBEL, Elias. Condutas no paciente grave. 4edição. Sao Paulo: Editora Atheneu,2016