Nosso assunto desta semana é DEPRESSÃO
A depressão é um mal invisível, que tem afetado cada vez mais a população do último século. Por ter diversas formas, muitas vezes se torna quase impossível o seu diagnóstico, já que muitas pessoas que sofrem desse mal levam sua vida de forma normal, trabalham, estudam, tem vida social, porém por dentro vivem com seus fantasmas. Há pessoas que sofrem de depressão e nem sempre sabem, por isso, não procuram ajuda especializada. Muitas vezes o indivíduo se encontra desanimado, apenas em seu mundo, angustiado, sem motivação, com vontade súbita de ficar deitado e por não entender que está enfrentando um mal silencioso, se acha preguiçoso e muitas vezes os familiares fazem a mesma coisa, por desconhecer o real motivo da “preguiça”.
Alguns estudiosos afirmam que um desequilíbrio químico dos neurotransmissores sejam a causa da depressão, hoje no Brasil existem mais de 2 milhões de pessoas com algum tipo de depressão, sendo os jovens os mais afetados por ela.
Muitas vezes a depressão é facilmente confundida com tristeza, porém como diferenciar uma coisa da outra?
A tristeza é considerada um sentimento momentâneo, com tempo determinado para passar, (geralmente uma ou duas semanas, podendo até se estender um pouco mais em alguns casos, como no fim de um relacionamento por exemplo) é um sentimento considerado saudável pelos especialistas, afinal quem nunca ficou triste por tirar uma nota ruim em uma prova importante ou pela perda de um ente querido ou pela perda de um emprego? Agora se a tristeza se torna algo mais, fazendo com que se sinta demasiadamente sem perspectiva, sentimentos de indiferença, falta de interesse, sem motivação, apático, com sentimentos negativos sobre si, fica um alerta que isso é mais que tristeza e sim o início de um quadro de depressão. Resumindo, tristeza é uma manifestação normal e a depressão é uma manifestação patológica.
A depressão pode ser dividida em três estágios: leve, moderado e grave.
Depressão leve: é a classificação dada através dos sintomas mais brandos que se dão no início da manifestação da doença, como melancolia, apatia, sem entusiasmo, insônia, fadiga, perda de energia, ansiedade, angústia, desânimo, desinteresse, crises de choro sem motivos aparente, agressividade, falta de paciência e brigas sem motivo, porém neste momento os indivíduos não apresentam todos os sintomas de uma vez, podendo alguns deles aparecerem em outros estágios da doença, nesta fase geralmente destacam-se entre 2 e 4 sintomas. Quando identificada a depressão leve pode ser tratada com antidepressivo, indicado pelo psiquiatra que estiver fazendo o acompanhamento ou apenas tratamento terapêutico, sem o uso de intervenção farmacológica.
Depressão moderada: Nesta estão todos os sintomas da depressão leve, seguido de sentimentos de fim de vida, é quando se começa as ideias de suicídio.
Depressão grave: é a fase em que muitas pessoas pensam ser única na depressão, é o estágio que a pessoa se encontra prostrada, não conseguem mais fazer suas tarefas do cotidiano, tem suas ideias lentificadas, apresenta falta de peso ou ganho, seguida por um longo período de isolamento social. É o estágio em que o indivíduo geralmente comete o suicídio.
Conhecer as características da depressão é importante para seu reconhecimento e busca de ajuda ainda no início dos sintomas. Por isso que neste ano , a OMS teve uma excelente iniciativa com o lançamento da campanha para depressão, intitulada como “Let’s talk” no português “Vamos conversar”, mostrando que é possível prevenir, tratar e curar a depressão.
A OMS estima que cerca de 350 milhões de pessoas vivem com depressão. Segundo dados as mulheres são as mais afetadas, sendo uma das maiores causas de incapacidade, causando grande sofrimento para as pessoas acometidas. Ainda segundo a OMS cerca de 800 mil pessoas se suicidam a cada ano, devido a depressão, sendo ela a segunda principal causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos.
Infelizmente, em virtude da falta de conhecimento acerca desse assunto, o tratamento não vem sendo eficaz, embora existam métodos eficientes. O grande custo da medicação e a falta de treinamento dos profissionais, vem atrapalhando bastante o desenvolvimento do tratamento dos pacientes depressivos, sem contar que muitas pessoas não buscam tratamentos especializados devido ao estigma social que ainda hoje cercam os transtornos mentais. E em relação ao tratamento que vem sendo seguido está o acompanhamento psicológico, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia interpessoal e medicamentos antidepressivos. Quem busca o tratamento disponibilizado e segue de forma plena e com seriedade, conseguem encontrar conforto e obter a cura e com isso uma melhora em sua qualidade de vida.
A OMS quer com essa nova campanha ajudar os países a aumentar e melhorar os serviços prestados às pessoas que sofrem com transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, oferecendo um cuidado adequado, assistencial, psicossocial e medicação, fazendo assim com que as pessoas que sofrem de depressão e outros transtornos mentais possam levar uma vida dentro dos padrões de normalidade.
É possível tirar a depressão da sua vida, se você se encontra com esse quadro, não tenha receios ou preconceitos, busque ajuda especializada.
Espero que nossa postagem seja de grande ajuda acerca da depressão para nossos leitores... Até a próxima postagem. :)
Referências:
- ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e portadores de transtornos afetivos.
- Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais. DSM- 5. American Psychiatric Associatins - ARTMED
- OMS – Campanha “Let’s Talk” – Mental Helth Gap Action Programme (mhGAP)